Enquanto parte do empresariado offline sofre com a queda abrupta nas vendas – uma das consequências da pandemia do novo coronavírus, os que já estão no comércio online ou migraram nos últimos noventa dias apostam na sobrevivência e até mesmo no aumento do faturamento daqui para frente. E eles estão certos na aposta. Segundo o consultor em Gestão Empresarial, Diego Martins, “como voltar a vender” é a questão central de dez entre dez empresários impactados pela crise do coronavírus e com base em dados de pesquisas que retratam o comportamento do consumidor durante a pandemia, ele não titubeia na resposta: a digitalização dos negócios é um caminho sem volta e imprescindível para a retomada nas vendas e a sobrevivência dos empreendimentos.
Diego cita, por exemplo, o estudo “Novos hábitos digitais em tempos de Covid-19”, divulgado em maio pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), que mostra que 61% dos consumidores aumentaram o volume de compras online durante a quarentena e em quase metade dos casos, o aumento foi superior a 50%. “Mesmo aqueles que tinham receio de fazer compras online, incluindo coisas corriqueiras como um pedido por um aplicativo de entrega de comida, acabaram aderindo à experiência e sentiram que é confiável fazer compras nesse formato. Por isso é preciso urgentemente digitalizar seu negócio, encontrar formas de vender no ambiente digital com a mesma qualidade, experiência, atenção que o ambiente presencial permite”, afirma.
Outra pesquisa lançada na véspera do Dia dos Namorados se mostra ainda mais promissora: 60% da população brasileira afirmou que compraria o presente online e, ao contrário do que vinha acontecendo, o foco não seriam os itens essenciais e sim moda (24,9%), chocolates (21,8%), perfumaria e cosméticos (20,3%) e joias (14,6%), segundo levantamento online realizado com mais de 1,9 mil entrevistados pela NZN Intelligence.
“Os empresários – do pequeno ao grande – precisam estar antenados às mudanças no comportamento do consumidor a partir do isolamento social e já há inúmeros estudos que mostram que a migração para as compras em ambientes virtuais vai se manter em alta também no pós pandemia. É um caminho sem volta”, alerta. Dados divulgados pela Google, apontaram também que somente no mês de março, buscas por “como fazer compras online” aumentaram exponenciais 198% no Brasil. “Não há como ignorar números tão impactantes”, garante Martins.
Como os pequenos podem migrar para o online?
Como o desenvolvimento de um site para e-commerce pode sair caro para os pequenos empresários, o consultor explica que há saídas prontas, mais baratas e até mesmo gratuitas para quem não tem caixa para investir no seu próprio ambiente de vendas online. Ele cita como exemplo os marketplaces de grandes marcas, como Magazine Luiza e Americanas, e destaca diversas iniciativas colocadas em prática para impulsionar a venda de comerciantes locais como aplicativos criados para dar visibilidade e impulsionar os pequenos negócios.
“É possível vender pelo Whatsapp, usar as lojas do Facebook e Instagram que estão disponíveis sem custos. Existem diversas alternativas que podem ser exploradas. O essencial, para quem quer sobreviver, é driblar a frustração com o momento e colocar em prática novas ideias. Você pode buscar ajuda especializada em entidades como o Sebrae, nas associações comerciais, ou em consultorias. Além de ajudar no planejamento para vender on-line, elas podem auxiliar os pequenos e médios empresários a fazerem uma gestão de caixa correta e cuidadosa, ajustando o negócio para que ele possa voltar a vender e entre nos trilhos do crescimento”, finaliza.
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