É comemorado nesta sexta-feira, dia 2 de abril, o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, transtorno no desenvolvimento do cérebro que atinge cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Camboriú temos uma história de acolhimento e superação para contar. Trata-se de Jianns Mayo, de 8 anos, autista e imigrante venezuelano, que somente aqui em Camboriú começou a receber o tratamento adequado.
Moradores do município de San Felix, na província de Bolivar, as suspeitas por parte dos pais quanto à condição de Jianns começaram já cedo, aos dois anos. Sendo confirmadas quando Héctor e Yinelbis levaram seu filho a um pediatra local, onde o diagnóstico foi realizado e logo depois, confirmado por um neurologista.
“Lá na Venezuela não havia escolas para autistas, crianças com esse problema não eram aceitas, consultamos com psicólogos, mas a escola que encontramos era particular e custava muito dinheiro, não havia tratamento acessível para Jianns lá”, explicou a mãe, Yinelbis Piamo.
A família deixou a Venezuela e veio para Boa Vista, capital de Roraima, em 2018. Pouco tempo depois, chegaram a Camboriú. Jianns na época com 6 anos, foi matriculado na escola municipal Marlene Pereira Zuchi, no bairro Lídia Duarte, apresentando no início, dificuldades para se adequar à nova realidade, em função do estranhamento do ambiente, já que crianças dentro do aspecto tem uma grande necessidade de estabelecer uma rotina. O estranhamento, porém, foi diminuindo gradativamente, melhorando ainda mais, com o encaminhamento feito pela escola para a Associação dos Amigos dos Autistas (AMA) de Camboriú, já em 2019.
Desde o início foi destacada uma monitora de educação inclusiva para ajudá-lo. Ele teve avanços em vários sentidos, desde aspectos relacionados à sociabilidade, até outros mais simples, como o manuseio de talheres durantes as refeições, o que aprendeu rapidamente na escola, com a ajuda da monitora. Paralelamente, também houve evolução quanto a questões comportamentais. Se antes, Jianns usava fraldas durante todo o tempo, agora faz uso das mesmas apenas durante a noite, enquanto que, problemas de temperamento, como as súbitas variações de humor, pouco a pouco também foram melhorando.
“Estou muito feliz. Mudou muito em relação a como era antes, as mudanças são incríveis. Meu filho progrediu. Agora com o acompanhamento clínico, tudo está ocorrendo perfeitamente e a escola tem sido muito boa para ele. O diagnóstico foi feito na Venezuela, mas todo o tratamento foi realizado aqui!”, exaltou o pai, Héctor Mayo.
Atendimento a crianças autistas em Camboriú
Em Camboriú, a Rede Municipal de Ensino conta com 156 alunos diagnosticados dentro do espectro autista, que em atendimento a esta demanda, tem a disposição um amplo acompanhamento clínico, fornecido tanto por profissionais da rede, quanto por entidades parceiras.
“Contamos na Educação Especial com uma equipe de monitoras de inclusão que colaboraram com as Atividades de vida diária (AVDs) e auxiliam o professor com a aplicação das atividades flexibilizadas pelos professores regentes, enquanto que as especialista são fundamentais no desenvolvimento motor, da fala, e de aspectos cognitivos das crianças, além de dar suporte com orientações e acolhimento aos pais, responsáveis e professores”, explicou a secretária de Educação, Maria Alice Pereira.
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