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Golfinho resgatado em Itapema não resistiu e morreu

Fotos: Divulgação PMP-BS Área SC/PR

A equipe veterinária da Associação R3 Animal, responsável pela execução do Trecho 3 (Florianópolis) do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), realizou a necrópsia do golfinho-pintado-do-atlântico (Stenella frontalis), resgatado na praia de Itapema/SC na última sexta-feira (17), para investigar as possíveis causas da morte e encontrou grande quantidade de lixo marinho dentro do animal.

O golfinho, uma fêmea de aproximadamente 70 kg e cerca de dois metros de comprimento, recebeu os primeiros atendimentos ainda na praia, com a equipe do PMP-BS/Univali, instituição executora do Trecho 4, porém ele já apresentava sinais de debilidade. No mesmo dia, o animal foi transportado para o Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal), em Florianópolis/SC, onde permaneceu em uma piscina adequada para cetáceos e seguiu sendo monitorado. Infelizmente, na madrugada ele não resistiu e veio à óbito.

Durante o procedimento de necrópsia, os profissionais registraram a presença de grande quantidade de resíduos no esôfago e estômago do animal: um pedaço de madeira de aproximadamente 20 cm e diversos plásticos (sacolas), pesando 500g.

Os médicos veterinários da equipe concluíram que o lixo marinho ingerido foi responsável pela debilitação do animal seguida de sua morte. Resíduos como madeira e plástico lesionam as mucosas do esôfago de animais marinhos, o que leva a úlceras e hemorragias. Além disso, o lixo marinho no organismo prejudica a absorção de nutrientes e, com o estômago cheio, faz com que o animal não busque alimentos que deveriam ingerir.

Na rotina diária do PMP-BS são encontrados diversos animais debilitados, ou mortos, devido a interação com resíduos sólidos, principalmente através da ingestão e emaranhamento, quando pedaços de resíduos ficam presos no corpo do animal. Grande parte destes lixos encontrados no ambiente marinho é formado por plástico, como petrechos de pesca, embalagens, sacolas, entre outros. Só no ano de 2023 aproximadamente 14% dos animais que foram necropsiados pelo projeto na Área SC/PR, apresentaram alguma interação com lixo marinho.

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural Na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. O projeto tem como objetivo avaliar possíveis interferências das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário a animais vivos e necropsia nos mortos.

Written by Nilton Bleichvel

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