Ao passar dos anos o discurso se repete, políticos mudam, mas a crise na saúde local continua e de fato nada é solucionado, com a chegada de uma pandemia mundial (Coronavírus) intensificou ainda mais o debate e a necessidade de uma solução.
Uma coisa é certa todos entes políticos conhecem a realidade, mas de fato não conseguem solucionar um problema que se arrasta ao um longo período.
Alguns agravantes nesse período são: o crescimento populacional de nossa região, uma crescente queda nos planos de saúde, inflação de insumos e procedimentos médicos, defasagem da tabela SUS e a falta de prioridade por parte do governo do estado ao longo dos anos com nossa região, enquanto em outras regiões o investimento foi muito maior, exemplo de Joinville e Lages, colégios eleitorais dos últimos governadores.
Em 2006 um sonho antigo, começou a se tornar realidade, um hospital publico, anseio da população, com nome de primeira-dama, Hospital Municipal Ruth Cardoso, que em véspera de uma eleição municipal virou motivo de palanque político, enquanto o então Prefeito Rubens Spernau e seu grupo político, manifestava o interesse em manter o hospital para cirurgias eletivas de munícipes de Balneário Camboriú (hospital de porta fechada), o então candidato de oposição Edson Renato Dias (Piriquito) prometia que caso fosse eleito prefeito, o Hospital seria aberto para toda população, não deu outra, eleito em 2008, transformou o Hospital Municipal de (porta aberta), passando a atender toda população, no final de 2011.
Com a abertura de fato do Ruth Cardoso não deu outra, o Hospital Santa Inês que estava sob intervenção municipal foi entregue aos proprietários e logo em seguida fechado, pois acumulava muitas dividas.
O hospital Ruth Cardoso virou de solução a problema muito rápido, inicialmente a terceirização com a Cruz Vermelha que parecia ser algo excelente, sucumbiu as denúncias de irregularidades, CPI e uma intervenção municipal. No inicio de 2013, o colapso financeiro começou a ficar evidente, aportes mensais de 2,4 milhões para manutenção do hospital, o debate começou a ser intensificado, surgiu a “Carta aberta a população de Santa Catarina”, ofício que o prefeito Piriquito encaminhou ao governo do estado, do outro lado o governo do estado justificava que não teria condições de suplementar a defasada tabela SUS, que não era reajustada há 13 anos.
Vale destacar que nesse período estávamos nas vésperas das eleições para governo do estado, aonde o prefeito Edson Piriquito estava batendo assas na intenção de concorrer ao cargo maior do estado, do outro lado o atual governador estava na busca de sua reeleição.
Nesse período começou o discurso de barrar o atendimento aos municípios vizinhos, de fato isso nunca aconteceu, a conta mensal só aumentava, o governo do estado também não auxiliou no custeio, nem mesmo as prefeituras da região auxiliaram. Em maio de 2015, aconteceu uma audiência Pública na Câmera de Vereadores, proposta pelo Vereador Marcelo Achutti, para tratar do assunto do hospital Ruth Cardoso, convidados todos prefeitos da região, secretários de saúde, vereadores, presidentes dos conselhos de saúde, Ministério Publico e representantes do governo do estado, o secretário de saúde Balneário Camboriú na época era o atual prefeito de Camboriú, Elcio Kuhnen, de fato nenhum prefeito quis ajudar a custear a conta, mas todos se comprometeram de cobrar do governo do estado o pagamento dessa fatura, ficou só na conversa.
Desde então o problema vem aumentando, o custo mensal do município de Balneário Camboriú gira em torno de 5 milhões, sem nenhum auxilio dos municípios vizinhos, nem mesmo do governo do estado. Recentemente o prefeito Fabrício de Oliveira determinou o fechamento do modelo atual do hospital (porta aberta), para atendimentos somente de encaminhamentos dos pacientes das unidades de saúde do município, mas uma decisão do Tribunal de justiça impediu isso de acontecer, o município recorre dessa decisão, pois de acordo com o prefeito, a estrutura do Hospital não foi concebida para atender toda demanda da região.
Com o advento da pandemia do Coronavírus a situação piorou, pois o governo do estado não realizou nenhuma ação em nossa região, os municípios vizinhos com suas dificuldades continuam encaminhando suas demandas para o Hospital municipal e a conta sobra para o município de Balneário Camboriú pagar e o governo do estado não arca com sua obrigação.
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