Desde quarta-feira (14), as sereias que enfeitaram por mais de 20 anos Balneário Camboriú estão no atelier do artista que as produziu. O artista Jorge Schröder fará um laudo de viabilidade técnica para a recuperação do Monumento Fonte das Sereias, encontrado no depósito de inservíveis da Secretaria de Educação.
Inaugurado em dezembro de 1999 na antiga rótula de acesso à Avenida do Estado e à Quarta Avenida, o monumento foi removido do local em razão das obras do elevado da Quarta Avenida, iniciadas em 2020.
Em janeiro de 2025, a nova gestão da Fundação Cultural de Balneário Camboriú começou um trabalho de levantamento e localização dos acervos culturais do município. “Durante esse processo de busca, encontramos as sereias no depósito de inservíveis da Secretaria de Educação, em condições absolutamente incompatíveis com o valor histórico e artístico da obra. Estavam cobertas por entulhos, sem qualquer proteção, empilhadas como se fossem lixo”, diz o diretor de Artes da Fundação Cultural, Ed Rocha Jr.
Dando início aos trâmites para a recuperação, a Fundação Cultural contatou o artista que criou a obra encomendada pela Prefeitura em 1999. Schröder diz que o monumento está em estado crítico. “Foi removido sem critério profissional, fizeram um desmanche da estrutura, cortando eixos metálicos de sustentação. Não me pediram orientação”, comenta o artista, relatando que só agora, com as sereias em seu atelier, que está tendo acesso à obra.
Se o laudo de Schröder apontar pela viabilidade, o artista vai propor à Fundação Cultural restauro ou nova conformação (manter o que existe, o que foi preservado, mas com outra forma, para que seja colocado em espaço público novamente).
Composto por diferentes materiais, principalmente bronze, fibra de vidro e aço galvanizado, o monumento tinha cerca de 9,20 metros de altura. Era formado por cinco esculturas de sereias e nove figuras geométricas. A sereia no ponto mais alto do monumento segurava um sol, símbolo de Balneário Camboriú. A obra era também chamada de Cascata das Sereias, devido ao movimento de águas na estrutura.
“A parte mecânica da obra foi toda perdida. Ela tinha movimentação de água, tinha luzes internas que iluminavam tanto as sereias quanto alguns equipamentos que estavam ali, tinha todo esse aparato, um lago que suportava a estrutura, isso tudo foi perdido, isso não existe mais. O que foi preservado foram as imagens das sereias e aquelas formas onde as sereias se encontravam em cima, mais nada. Inclusive aqueles eixos centrais que seguravam elas em tamanhos e alturas diferentes, nada mais daquilo existe”, diz o artista.
Enquanto aguarda um parecer do artista e o orçamento, a Fundação Cultural vai definir com o gabinete da prefeita Juliana Pavan um novo espaço de exposição permanente para as sereias, as quais fizeram parte da identidade visual e do imaginário coletivo da cidade, bem como foram ponto turístico.
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